Esta informação vem imediatamente após a entrega do abaixo-assinado contendo mais de 540 assinaturas ao Ministério Público do Rio Grande do Sul.
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17 de junho de 2009
NO BANCO DOS RÉUS
Marcado júri de PMs por morte de professor
Policiais mataram Burchardt em meio a uma perseguição
Os policiais militares envolvidos na morte do professor de Educação Física e personal trainer Gustavo Fernando Burchardt, 38 anos, vão a júri popular no dia 25 em Porto Alegre.
Burchardt foi morto a tiros na madrugada de 15 de julho de 2003, depois de discutir com o balconista de uma farmácia no bairro Santa Cecília, na Capital, e ser perseguido pelos PMs Ronaldo Freitas Garcia e Fabio Rosa Dorneles.
O crime causou comoção entre familiares, amigos e alunos da academia onde a vítima trabalhava, no bairro Moinhos de Vento. O professor, que estava em um Golf no momento da abordagem, não tinha antecedentes.
Na época, o balconista da farmácia Panvel de um posto de combustíveis da Rua Silva Só disse que Burchardt teria sacado uma faca ao discutir com ele no caixa. Assim que o professor deixou o local de carro, frentistas ligaram para o 190 e disseram se tratar de um suposto assalto. Um Palio da Brigada Militar foi atrás para tentar abordar o veículo, e a perseguição terminou em tiros na Avenida Ipiranga. Baleado, Burchardt chegou a ser levado ao Hospital de Pronto Socorro.
Inicialmente, os policiais registraram ocorrência na 10ª DP afirmando se tratar de roubo a estabelecimento comercial, seguido de perseguição e morte em acidente de trânsito. Horas mais tarde, um dos PMs voltou à delegacia e disse que o Golf teria dado marcha a ré contra o carro da BM, o que teria motivado tiros. A forma de abordagem dos PMs foi criticada por militantes da área dos direitos humanos e revoltou os familiares de Burchardt.
No próximo dia 25, a partir das 9h, Garcia e Dorneles serão julgados pela morte do professor na 1ª Vara do Júri de Porto Alegre. O julgamento estava marcado para o dia 9 de abril, mas foi adiado por conta da renúncia dos defensores. Os PMs são acusados de homicídio qualificado e, se condenados, podem pegar de 12 a 30 anos de prisão.
– A reação aconteceu porque eles tiveram de se defender – ressaltou a defensora pública Tatiana Kosby Boeira.
Promotor afirma que vai pedir a absolvição dos militares
O promotor André Martínez considera que os dois PMs agiram em legítima defesa. Mesmo que Burchardt não portasse arma de fogo (tinha apenas uma faca) e estava dentro do carro, Martínez diz que, ao dar marcha a ré na direção dos PMs, o professor colocou a vida deles em risco. O promotor já adiantou que pretende pedir a absolvição dos envolvidos.
Quem vai decidir se os PMs são ou não culpados pelo crime, no entanto, será o corpo de jurados. A família de Burchardt criou um blog e organizou um abaixo-assinado com mais de 500 assinaturas pela condenação. Para a irmã do personal trainer, Grace Burchardt, 45 anos, a morte foi resultado de uma abordagem policial violenta.
– Não havia motivo para matar – destacou o advogado Alexandre Wunderlich, assistente de acusação.
juliana.bublitz@zerohora.com.br
JULIANA BUBLITZ
http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default2.jsp?uf=1&local=1&source=a2548246.xml&template=3898.dwt&edition=12532§ion=1001
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